"Quem és tu que me lês? Sou eu o teu segredo ou és tu o meu?" (Clarice Lispector)

27 março, 2010

BBB polílitico





Estamos em ano de eleição e pouco ainda se conhece dos reais canditados aos governos. Ouço incessantes comentários e opiniões diversificadas sobre Cadú, Fernanda, Dicésar, Dourado e Lia. As pessoas analisam diariamente o comportamento de pessoas desconhecidas e enjauladas. Mas as análises acerca de quem administrará a educação social, a organização da Saúde e a melhoria da segurança pública são inexistentes. São escassas as conversas sobre política. 
Esta semana, o Jornal Nacional trouxe uma reportagem lamentável referente à decadência de um hospital público no Maranhão. Quinze crianças morreram esperando por atendimento que fora negligenciado por superlotação. Ontem um outro jornal, desta vez local, relatou a influência de menores, CRIANÇAS, no tráfico de drogas. Mostrou ainda a morte de várias delas e apenas um caso que está em clínica de recuperação. Diante disso, as eleições estão chegando e é a final do Big Brother que está bombando enquanto o futuro do país morre em filas de hospitais e por tiros de traficantes.
Pensando em uma solução imediatista, proponho um confinamento de três meses com os próximos canditados. Imaginem observar a convivência diária dos nossos futuros governantes? Hilário!
As provas de sobrevivência aconteceriam através da simulação de situações reais. Os “brothers” teriam que disputar uma vaga por atendimento emergencial em um hospital público, tentariam atendimento odontológico em um cais, enfrentariam um dia repleto de compromissos locomovendo-se de ônibus e sobreviveriam aos três meses com um salário mínimo. Ninguém sairia antes do tempo trimestral. No final, dia da eleição,  quem fosse aprovado ao julgamento dos eleitores, venceria.
O apresentador poderia ser Luís Inácio da Silva ou Fernando Henrique Cardoso. Ou ainda, os dois, para maiores emoções e conflitos. Esse seria o programa eleitoral de 2010. Fica aqui minha proposta de incentivo de maior participação popular nas próximas eleições.

15 março, 2010

Sabores efêmeros




Todos os sabores são efêmeros. Desde os mais doces até os mais picantes, todos duram um pequeno momento. Podem ser significativos ou não. Permanecerem ou desfazerem-se na memória das pessoas. Podem constituir um paladar sofisticado ou trivial. Mas nenhum sabor transcende ao tempo. E essa efemeridade eterniza nossos incessantes desejos por novos e velhos sabores.