Na "mulher interessante", a beleza é secundária, irrelevante e, mesmo, indesejável. A beleza interessa nos primeiros quinze dias; e morre, em seguida, num insuportável tédio visual. Era preciso que alguém fosse, de mulher em mulher, anunciando: "Ser bonita não interessa. Seja interessante!" Nelson Rodrigues
Os dois trechos descritos acima me fazem repensar na vivência real das relações. Eu me pergunto como ser a mulher ideal para, antes de ser apenas desejada, ser a mulher desejada ao sono compartilhado? E o que é ser interessante? Como chamar a atenção de quem se acha interessante? Como não ser apenas uma mulher sensual e como ser interessante sem deixar de ser sensual? Às vezes me perco nesses devaneios. E talvez me perca de mim mesma, sem entender o que realmente penso sobre tudo isso.
Há momentos em que não desejo ser interessante, mas há quem diga que sou. Noutra hora, não intenciono a languidez e sensualidade, mas há quem me perceba assim. E contraditório ao meu desejo, quando quero ser atraente e interessante, desejável ao sono compartilhado sem ser indesejável aos prazeres sexuais, não sou. Onde está o segredo? Em que lugar encontro a fórmula que transforma a atração efêmera em atração não breve? Ou não há fórmula?
Kundera e Rodrigues apenas descreveram como as relações são. Mas não explicaram como elas chegam a acontecer. Conquistar uma pessoa para uma noite é fácil. Conquistá-la para muitas noites, eis o que tem me parecido quase impossível. Se alguém souber como fazê-lo, explique-me!
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