O vinho
O vinho me liberta, me possui, me domina
Libera o êxtase de outrora, o desejo do porvir
Sinto que quero, mas não posso, minha sina
Venha, companhia noturna, aproxima-se o finir
O licor magnífico, escuro, mais que vermelho crina
Transpassa ferindo de prazer ao ingerir
O gozo gélido escaldante cheiro à marina
Cabeça ao leu, a boca confessando ao sorrir
O álcool fantástico possuidor de loucuras
As minhas, sobretudo, as que me pertencem
O ser estrangeiro que me habita as sombras puras
Eis o ápice de mim próprio,almas que sentem
Mais vinho! Não há, não há mais curas
Um brinde à vida, o último gole, o Éden!
Marco Hruschka
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