"Quem és tu que me lês? Sou eu o teu segredo ou és tu o meu?" (Clarice Lispector)

24 abril, 2009

Susan Boyle sacudindo conceitos

Ontem tive a síndrome do patinho feio. Para mim, tudo ao meu redor era melhor que eu. Quase me desfiz desse blog, porque achei-o ridículo e piegas. As idéias me pareceram sentimentalistas e utópicas. Pensei em nunca mais escrever aqui. Dormi assim, com esse auto sentimento de dispensabilidade. Mas essas crises são momentâneas e hoje de manhã, ao assistir tv, a vontade súbita de escrever ressurgiu, rss!
Conheci a história da incrível Susan Boyle . A mulher de beleza incomum que tornou-se comum aos mais ilustres jornais do mundo. Ela participou de um programa britânico de calouros e surpreendeu por ser muito feia e ter uma das mais belas vozes já ouvidas. Em destaque, sacudiu as padronizadas idéias sobre o belo.
Humberto Eco, no seu livro "Histoty of ungliness"(A história da feiura) diz que o feio é mais interessante que o bonito porque não está limitado a conceitos e pode ser vastamente explorado. Na verdade, tudo o que se desconfigura de um conceito padronizado torna-se o feio. Por isso, Susan Boyle é tão interessante ao mundo. É uma novidade. Um fato novo que aconteceu em um universo de Giseles Bunchens e suas seguidoras. Uma mulher antagônica por reunir as duas faces da beleza em si mesma: a beleza exótica que toda feiura traz em si e a beleza já conhecida de uma voz emocinante.
Fiquei pensando nas pessoas que são feias e que não conseguem surpreender. Pensei nas inúmeras Susan Boyles que não assumem o encanto de sua aparência particular, não exploram seus melhores dons e que tornam-se seguidoras fracassadas do frívolo comércio da beleza. Jurei a mim mesma que nunca mais negarei meus melhores atributos e quanto à síndrome do patinho feio, a deixarei passa sem vestígios, caso ela volte.


PATINHO FEIO

Era uma vez um patinho
Que nasceu ao pé de um moinho,
Mas para sua infelicidade
Os irmãos tratavam-no com maldade.

Pois era bem diferente o patinho
Que nada tinha de bonitinho.
Em todo o seu meio,
Era chamado de “Patinho Feio”.

Uma tarde pensou e decidiu
Que ia embora e então fugiu;
Deixou o velho moinho
E andou toda a noite sozinho.

De manhã, viu uma menina
Dando milho a uma galinha.
Na casa dela quis ficar,
Mas o dono queria-o assar!

Fugiu outra vez o patinho;
Passou o Inverno sozinho!
Até que a Primavera chegou
E tudo na sua vida mudou.

Um bando de cisnes poisou,
O patinho deles se aproximou
E a alegria começou!
A vida de tristeza acabou!

O patinho em cisne se transformou
E a todos os cisnes maravilhou.
Convidaram-no para ser rei.
E esta história eu acabei.

Mónica Sofia Carvalho

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